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5 de fevereiro de 2021
“LÁ ONDE A CRIANÇA ESCUTA A COR DOS PASSARINHOS”
Por Fabíola Fernanda Patrocínio Alves
Nesta semana, nosso post baseia-se em um maravilhoso texto de Manoel de Barros (conhecido como “o poeta da infância”). Em um dos seus poemas, ele diz: “[...] O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: eu escuto a cor dos passarinhos”. Manoel relaciona a linguagem infantil à linguagem poética, aquela cujo verbo pode pegar delírio.
A linguagem das crianças é assim: Nela habita a invenção, a liberdade, a ousadia de criar o impensável e inimaginável. Com a sua “inquietude” de corpo e de alma é que as crianças desbravam o mundo, de maneira curiosa e insaciável. É um processo maravilhoso, parecido com o milagre de uma semente que desabrocha e se torna uma linda flor.
O que estamos fazendo com as crianças que atendemos ou aquelas com as quais, simplesmente, convivemos? Atuamos para aprisionar suas mentes e disciplinar seus corpos considerados “inquietos” ou contribuímos para estimular essa potência a favor da vida?
Infelizmente, o que mais temos visto são práticas que tentam enquadrar as crianças em padrões e, caso elas não se encaixem, tentamos corrigi-las ou as tratamos como crianças anormais. Com isso, geralmente, negamos as diferenças, a favor da manutenção de um ideal de infância e de criança, aprovado por nós.
2 Comentários
Boa tarde !
Muito triste saber,que os pais,
Babás, não estam preparados
Para educar uma criança!,entender,
Todas etapas.
Que texto lindo Fabíola, vc trouxe uma reflexão tão importante sobre como a nossa sociedade e a nossa cultura nos aprisionam e como é importante que tenhamos coragem pra fazer diferente com nossas crianças, aprendendo com elas o respeito a singularidade de cada uma e as invenções que trazem colorido a nossa vida.